Nu vê-la

No momento que é a vida
teu corpo pousa no repouso
desse fragmento do dia
total que tanto levita no tique
do bater de respirar-te
como no toque do prazer
que sinto pulsar nessas formas esculpidas a arte.
Junto à minha desmonto, desconstruo
e louco nesta pele de encontro
recrio sobre a fantástica criação do teu corpo
um novo mundo ou o abrigo perfeito para procurar aquilo que escondo.
Alongo ao longo da encosta do teu peito
ou da colina nua que brota do teu seio
os meus lábios salivados pela húmida secreta fonte
que desce pelos teus em direcção ao meu beijo
E aí vejo, nu, despido pelo desejo,
a lua do teu sorriso quando amanheces no meu sitio
e o meu fruto fica contigo.